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Ori


A Podridão de alguém não diz respeito sobre quem é você, mas se estiver perto de ti, diz sobre o tipo de pessoa que você permite que esteja perto e que influencie - também - nas escolhas de seu Orí. Uma das primeiras observações (aprendizados) que tive de junto aos meus sacerdotes de Ọbàtálá foi: "Ande com pessoas que tenham cabeça boa, Orí bom ajuda o outro Orí a também ser bom, pois um Orí ruim influencia outros mil". E isso é uma grande verdade. Precisamos conversar sobre Orí, mas não sobre seu culto (veja só se eu sou alguém pra falar sobre isso), e sim, sobre sua filosofia e sua importância na vida de cada um daqueles que portam um Orí (todo ser humano). 
Uma vez um grande ancestral (Ìyá Àgbà Nlá Stella ti Ọ̀ṣọ́ọ̀sì) me ensinou através de suas falas registradas em livros, em meios orais e afetivos, que precisamos ver o mínimo, para que possamos compreender a grandiosidade do máximo. Ela não mentiu e não esteve enganada. Vejamos só: uma formiga também possui Orí e todo Orí carrega consigo as marcas do destino e tudo o que fôra selecionado por nós. A formiga pode ser uma ser de grande contribuição para sua comunidade (servo) ou pode ser quem ordena os demais (a rainha). Tudo vai de acordo com sua reputação, com suas escolhas e com a sua condição de nascimento. Uma formiga para ser rainha, não precisa ser melhor que as outras, ela precisa ser mais forte. Quem é mais forte, vence o que é menos forte (não é fraco e nem fracassado). A formiga pode fazer o que almejar, pois basta acreditar em seu Orí e em sua capacidade (como acreditam e carregam muitas folhas e até bichos em sua cabeça, para alimentar seu povo). A formiga nos ensina muito, pois também somos formigas (pequenos), para aqueles que nos enxergam de lá do alto. 
Ògún, Ọ̀ṣọ́ọ̀sì e Ọbàtálá nos ensinam (se eu compartilhei esses ensinamentos, eles deixaram de me ensinar, para ensinar a todos. Onde há Ọ̀ṣọ́ọ̀sì, há Ògún) que sábio não é aquele que faz da sua cabeça, um local de carregar ferramentas (objetos) de alto preço, mas sim, àquele que carrega em sua cabeça uma ferramenta chamada persistência - claro, com equilíbrio, sempre. 
Finalizo aqui, com uma frase de mãe Stella (representação viva de seu Òrìṣà no aye), no ano de 2001: "No Candomblé, é a gente que se supera; não tem que superar o outro, tem que superar a si próprio". Realizo um adendo: pelo que conheço de mãe, ela levava o Candomblé como estilo de vida (estilo de vida com o sagrado, seja ele qual for, mas no caso dela - Òrìṣà). Guardem esses ensinamentos como um ensinamento para a vida, não somente para uma das muitas religiões de Òrìṣà que temos. 

Texto: Caio Victorino - Ọmọ Ọbàtálá;
Arte: Retirada da Internet - Léo Alves (não conheço nenhuma rede social deste artista. Retirei de uma postagem).

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