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QUE MINHA CABEÇA SEJA BOA!


Diz um itan (história), que Oju (Olhos), chegaram ao mundo antes de Ori (Cabeça), sendo assim, seu irmão mais velho. Um dia O Criador de Tudo e pai de ambos, pegou duas cabaças e abriu pelo pescoço. Em uma, ele encheu com carne temperada com vinho de qualidade, pimenta da costa e dendê, ficando um cheiro aromśtico e um deliciodo sabor. E embrulhulhou com um pano lindíssimo e atraente. Na outra cabaça, Ele colocou muitos búzios (no princípio, búzio era moeda de troca e valia dinheiro), colocou também, ouro, prata e todo tipo de pedras preciosas. Mas essa, o Criador embrulhou num pano vagabundo, feio, sem brilho e de nenhum valor. Ele então, chamou Oju e Ori e mandou cada um escolher uma cabaça.
Oju, encantado e admirado com a cabaça embrulhada no belíssimo tecido, não pensou duas vezes, escolheu logo aquela linda cabaça. Quando viu o que tinha dentro e o cheiro que exalava, chamou logo os amigos e comeu tudo na companhia deles, sem deixar nada. Nem convidou o irmão. 
Sem outra opção, Ori um pouco decepcionado, por não participar daquele banquete oferecido pelo irmão aos amigos, quando desembrulhou sua cabaça viu que, o que encontrou dentro, não servia para comer. Mesmo assim, compreendendo que foi um presente de seu pai, O Criador, entendeu que deveria guardar com carinho e gratidão. No dia seguinte, Ori derramou o conteúdo da cabaça sobre um ate (espécie de esteira) e, percebendo que se tratava de todo tipo de riqueza, começou a gritar em alto e bom tom: "Eu estou rico! Estou infinitamente rico!"
Oito dias depois, o Criador chamou os dois filhos e perguntou o quê encontraram na cabaça que cada um havia escolhido?
Sempre precipitado, Oju com toda a alegria do encanto, disse logo: "na minha, tinha uma aromática e deliciosa carne que, tratei logo de reunir meus amigos, e comemos tudo no mesmo dia, sem sobrar nada." Passada a decepção, Ori respondeu que na sua cabaça, havia todo o tipo de riqueza e que estava muito grato ao Pai pelo presente recebido. 
O Criador, pai dos dois vendo que, mesmo sendo o mais velho, Oju era muito impaciente, insaciável e intereceiro, que tomava decisões pelas aparências, se deixando enganar, sem enxergar as verddades que via. Ori, que ficou com a cabaça embrulhada em pano simples e pobre mas que, em seu interior, guardava uma grande fortuna e humildemente e com gratidão, ficou saisfeito e feliz com o presente.
Sendo assim, o Criador sentenciou: "À partir de hoje, é Ori que vai governar o Ara (corpo), por não se deixar levar pelas aparências, sendo pensante e compreensivo, tomando as decisões que conduzirão às vitórias."
Por isso, devemos sempre agradar Ori, para que nossa Cabeça seja Boa e Pensante, cantando:
Minha Cabeça é boa para mim!
Ori mi o
Ṣerere fun mi
Que assim seja, assim aconteça. 
Segue o orin (cantiga) acima. 

Aṣẹ para todos nós que merecemos!

Doté Jorge Kwevodun

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